quinta-feira, 27 de março de 2014

Ação positiva

Em momentos como este, de crescimento das reações aos mandos autoritários e desmandos da autoridade governamental, é normal que os ânimos se acirrem, como acontece quando o orgulho nacional, a Petrobras, é colocada no pelourinho para ser julgada por graves erros que a levaram praticamente à insolvência.

Em momentos como este, porém, é necessário que se façam as coisas certas; que se mantenha a calma e o bom senso.

Não é possível e recomendável que se coloque tudo no ventilador; que se troque a emoção pela razão.

É preciso lembrar que o Brasil (ainda) é uma nação democrática, de comportamento liberal do seu povo.

É este o maior de todos os fundamentos: a democracia.

Quando esse pressuposto da civilização moderna está em perigo, aí sim é necessário radicalizar. Há quem afirme que isto já está ocorrendo.

Mas, é bom rememorar que os nossos governantes fizeram o sagrado juramento de defender a nossa Constituição – que consagra a democracia como princípio básico para a conquista da cidadania.

Sem o respeito pela democracia, não é possível se fazer justiça nas urnas.

É lá que reside a possibilidade de mudança, de transformação do status quo político-institucional que faz do Congresso Nacional um mero instrumento dos interesses menores, quando deveria ser a verdadeira casa do povo.

Se não é possível se organizar rapidamente para mudar essa situação, não haverá solução de curto prazo para o destino funesto da nação.

Para vencer esse desafio, é preciso combater os elementos que nos entravam, pessoalmente, em cada um de nós.

É necessário falar, falar e falar. É preciso comentar em todos os lugares, em todos os momentos sobre a necessidade de uma reação pela via das urnas contra os mandos autoritários e desmandos que nos agridem dia e noite.

É preciso retirar da letargia e do comodismo as pessoas de bem, porque só elas terão moral suficiente para enfrentar as imoralidades que se amontoam como lixo à beira do caminho.

Só as pessoas de bem terão condições de fazer prosperar o bem.

Não é possível que pessoas de bem também se deixem levar pela demagogia eleitoreira que já começou com os programas e programetes dos partidos políticos no rádio e na televisão.

É obrigação de todos os formadores de opinião, das lideranças, alertar os menos politizados ou desavisados para formar uma verdadeira consciência do bem. Isto se chama ação positiva.

Afinal, o Brasil não é uma Venezuela.

quinta-feira, 20 de março de 2014

O futuro “Em Ação”

Mais de mil pessoas, entre alunos, ex-alunos e familiares, professores e convidados lotaram o auditório maior da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), no último domingo (16) para participar da já tradicional aula inaugural da Ong Em Ação.

Para recordar e refletir, a Ong Em Ação é uma instituição da sociedade civil sem fins lucrativos. Funciona há mais de 13 anos como um cursinho pré-vestibular gratuito oferecido aos alunos de famílias de baixa renda na área da grande Curitiba.

A escola funciona em um dos auditórios do Sesi (Serviço Social da Indústria), nas dependências da Fiep, com professores e equipe de apoio totalmente voluntários, todos os sábados e domingos, contabilizando até 40 finais de semana por ano. Os resultados desse esforço são extraordinários. No último vestibular da UFPR, um dos mais concorridos do país, a Ong Em Ação aprovou mais de 55% dos seus alunos.

É importante informar que o Curso Pré-vestibular Em Ação irá abrir inscrições novamente em abril de 2014 para oferecer mais 150 vagas. (O site é www.emacao.org.br.).
Não é possível não se emocionar.

Em todos os anos, a aula inaugural é um momento de êxtase da nossa cultura de civilidade. Não há empreendimento mais nobre do que a ação educacional. E é ainda mais espetacular,
quando isto se faz pela magia da alma solidária de um punhado de pessoas que, por alguns momentos, deixam de lado os seus interesses e necessidades pessoais para se dedicar ao seu semelhante de maneira voluntária, em particular àquele em situação de carência, mas disposto a fazer valer a sua capacidade empreendedora lastrado no conhecimento para a sociedade e para a vida.

Há mais de 13 anos tudo isto era um sonho acalentado por um grupo de jovens liderados pelo professor Marcelo e pelo advogado Adelino Venturi Júnior. Eles idealizaram e colocaram em prática uma ação regeneradora da própria sociedade que, na sua Constituição, consagra o direito democrático da “igualdade de oportunidades” a todos os cidadãos e ainda assegura que “a educação é um direito de todos os cidadãos”.

No meio de um emaranhado de interesses que atualmente gravitam e se lançam ávidos na busca dos recursos do Erário (dinheiro do povo), deixando à míngua os recursos sagrados para as políticas sociais (educação, saúde, saneamento, segurança), o lado consciente da sociedade se mostra responsável e isento. São poucas, mas algumas entidades da sociedade agem com desprendimento visando à equalização moral e social das pessoas. Elas seguem seu curso, a exemplo da Ong Em Ação, buscando ampliar e aprimorar sua potencialidade educacional com vistas a oferecer aos jovens carentes de hoje a oportunidade de abandonar o próprio abandono, pela via da realização pessoal e profissional.

Isto é cidadania. Isto é o futuro em ação.

O presidente da Ong Em Ação, Adelino Venturi Júnior com professores e seus convidados, entre eles este colunista, também o idealizador da instituição, vereador (SJP) Professor Marcelo; vice-prefeito de São José dos Pinhais; presidente da Câmara Municipal de Curitiba; representante da Itaipu Binacional; presidente da Associação Comercial de São José do Pinhais; e representantes do Sesi.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Situação desconfortável

Há uma situação desconfortável para os setores liberais democráticos da sociedade brasileira com a crescente inserção do Brasil no mundo do socialismo revolucionário – ou comunismo -, em razão das crescentes relações institucionais com países que adotam o regime marxista como pedra angular do seu desenvolvimento.

A sociedade brasileira tem uma posição histórica em favor do liberalismo democrático consolidada na lei maior, a Constituição.

Esse parâmetro constitucional não pode ser alterado por um governante ou grupo político. A Constituição rege o Estado de Direito, que é a conquista maior de um povo.

A chamada esquerda brasileira sempre se pautou pelo respeito à lei maior. Defende suas idéias com a liberdade assegurada pela própria Constituição.

Hoje, ocupa espaços coerentes com esse pressuposto no grande debate político da nação. O partido político no poder tem origem nesta esquerda sadia, consciente e responsável. Mas, há um crescente açodamento ideológico por parte do partido no poder.

Deve-se recordar, que a conquista do eleitorado brasileiro se fez com a solene promessa de respeito à Constituição e, por conseqüência, à democracia. Não é novidade, o açodamento tem como meta quebrar esse regime constitucional, ou moldá-lo à imagem dos modelos existentes em outros países socialistas ou totalitários.

Recentes episódios demonstram o descaso com a norma constitucional do país. Um deles foi a liberação de altos montantes e a construção de um terminal portuário em Havana, capital de Cuba – onde persiste há mais de 30 anos uma ditadura comandada pelos Irmãos Castro. Argumenta-se sobre um bloqueio econômico à ilha caribenha comandado pelos Estados Unidos.

A economia mundial é regida pelo capitalismo liberal. As economias mundiais que aspiram obter resultados competentes para seu processo de desenvolvimento formam no chamado sistema de multilateralismo – que tem respaldo na Organização das Nações Unidas (ONU). O grande exemplo é a China Comunista, que é membro das Nações Unidas e de uma de suas mais importantes instituições do multilateralismo, a Organização Mundial do Comércio (OMC).

O crescente desconforto dos setores liberais se dá por conta desse episódio cubano. É evidente, não pelo sistema comunista da ilha de Cuba. Cada país escolhe sua forma política de governar. O episódio do porto de Mariel foi marcado por uma lamentável transposição da norma constitucional no Brasil. Ao empreender o projeto e alocar grandes recursos para sua realização, o governo brasileiro não consultou o Congresso Nacional. Este é um dos mais importantes preceitos constitucionais do país. O povo brasileiro representado na Câmara dos Deputados e no Senado não foi consultado.

Comenta-se à boca pequena que existem outros projetos com esse perfil ideológico em gestação. Não é novidade. O desrespeito à norma constitucional é crime. Os tribunais estão repletos de processos desse tipo.
No caso do projeto cubano, caracteriza-se como crime de responsabilidade do governante do país e de seus preceptores. O uso do termo jurídico para este caso é dispensável. Está na mente de todos.